terça-feira, 2 de outubro de 2012

(1998)"Bulworth - Politicamente Incorreto" ou "Por que o Tiririca foi eleito?"


Imaginem vocês se de repente o Alckmin chegasse na TV e dissesse que fala tanto de metrô só porque quer receber mais propina da Alstom? E se o Serra falasse que a Secretaria Estadual de Educação fez uma assinatura da Veja só porque o Grupo Abril non escreve um "a" a respeito dele e do PSDB? Pois bene, a idéia de um político "sincero" é a premissa do filme "Bulworth - Politicamente Incorreto" escrito e dirigido pelo ator Warren "Bugsy" Beatty. Pena que o signore Beatty dirige e escreve tão bem quanto canta rap, caso contrário teríamos uma ótima sátira política.


Neste filme, Beatty faz o papel de Jay Billington Bulworth, uno típico senador democrata que, atendendo aos pedidos dos patrocinadores de sua campanha (em especiale, as grandes companhias de seguro), resolve "endireitar" e dar una "banana" para as políticas de bem-estar social e as ações afirmativas como cotas para negros e cosas do tipo. Em crise, ele assina com uma das empresas colaboradoras de sua campanha, uma apólice de seguros milionária e pede para que contratem uno asssassino para dar cabo de sua vida (queria morrer como mártir o farabutto). 

























Como sabe que vai morrer mesmo, o signore começa a não ter papas na língua e fazer uno discurso "fora dos protocolos". Em una igreja de negros, ele tem a cara-de-pau de dizer que só se preocupa com quem financia sua campanha e em uno jantar de campanha, além de chegar comendo uno balde de frango frito (me surpreende a KFC ter pagado para estar nesse filme. Seria melhor ter pago para NON estar) diz que a mídia só produz porcaria e que só convidou os empresários de comunicação para o jantar porque queria "a grana dos judeus".

























Entre um evento e o otro ele arruma 3 voluntárias para sua campanha. Una delas chama muito a sua atenção. Trata-se de Nina (Halle Berry) e é por causa dela que ele resolve acompanhar suas voluntárias até uma festinha em South Central, periferia de L.A. Para vocês terem uma idéia da bizarrice, é como se o Serra tivesse se empolgado com aquela vendedora lá do Bom Retiro e levasse a para um baile funk na Brasilândia.







Lá no baile, o ômi se diverte, dança, faz rima, paquera a Halle Berry, fuma maconha (para una candidata aí essa parte viria bem a calhar), faz o diabo, bello! Lembrando que ele está há uns 2 dias sem  dormir (isso explica porque ele enlouquece). E aí ele encontra una razão para viver e resolve desfazer o trato do atentado. Só que a pessoa com quem ele fez o acordo acaba tendo uno colapso e entrando em coma e ela era a única que tinha o contato do assassino e que poderia abortar o plano. Qualquer semelhança com "The Whistler" é mera coincidẽncia?













 Nesse interim acontecem duas cosas: O senador "pira" ainda mais fazendo RAP em seus discursos (DICK TRACY FAZENDO RAP!!!!! Pior que o Pavarotti cantando samba! Dio mio!) e sua aprovação bate recordes. O seu principal assessor (interpretado por Oliver Platt, que nunca teve tanto destaque em um filme quanto nesse) que antes estava preocupado com a "piração" de seu chefe agora a incentiva bastante e até marca uno horário para ele no programa do Larry King (que aparece em pessoa na película). Contudo como ainda corre risco de morrer, Bulworth se esconde e passa a andar cada vez mais igual a uno rapper.

Tão sincero quanto dizer: "Você sabe o que faz um deputado? Eu também não sei, mas vote em mim que eu descubro e conto para você, abestado!"


Lendo esse texto você pode até achar que o filme é muito bom, mas o fato é que ele non funciona muito bem. É um filme que non se decide entre a sátira mais escrachada ou a mensagem mais séria. A primeira metade promete una baita sátira ácida aos bastidores da política, mas a metade final acaba ficando tão rasa quanto o recente "O Ditador". A personagem da Halle Berry além de ser muito plana, non se sabe muito bem qual é o seu papel na história, se aprova ou desaprova as atitudes do senador e mesmo a revelação final sobre ela non nos ajuda em nada.

Um dos poucos momentos bons de Halle Berry:


















Otro personagem bastante plano nessse enredo é o de Don Cheadle (que, aliás, demorou muito tempo até conseguir um bom papel no cinema). È o típico “bandido-de-bom-coração-e-esclarecido-que-é-capaz-de-fazer-um-ato-generoso-quando-tem-a-oportunidade”. Além do personagem ser raso, ele só ganha seu destaque na trama na última meia hora do filme. Uno desperdício ver uno ragazzo talentoso como Don fazendo uno papel tão pocco relevante.

Um dos poucos momentos bons de Don Cheadle:

  
















 Otro ator desperdiçado nessa trama é Paul Sorvino, que esteve soberbo em “Os Bons Companheiros” (que só non é o melhor filme de máfia já feito per causa do filme do mio Padrinho). Apesar de ser uno personagem importante na trama (é o dono da companhia de seguros) aparece muito pocco na história. Una lástima!












Uno aspecto curioso de “Bulworth” é que há 2 atores fazendo figuração nesse filme que ficariam muito famosos depois. Uno é o recém-falecido Michael Clarke Duncan, que no ano seguinte ganharia fama com “À espera de um milagre”Otra é Sarah Silverman, comediante americana que fez “Escola de Idiotas” e era a fã pentelha do “Monk” no seriado de TV. Uno já famoso que apareceu foi o Kirk Baltz que teve a orelha cortada em "Cães de Aluguel"

O negão no fundo é o Michael Clarke Duncan, no filme "Bulworth"

Essa menina atrás do lustre deve ser a Sarah Silverman, no filme "Bulworth"
Não dá para ver direito, mas esse é o Kirk Baltz, no filme "Bulworth"
Uno ator já famoso na época e que faz uma ponta não-creditada nesse filme é William Baldwin, o amante da mulher do senador:

William Baldwin e Christine Baranski, no filme "Bulworth"
Otro aspecto interessante do filme é a trilha sonora. Se pouquíssima gente assistiu a película, muita gente com certeza já ouviu a música mais famosa dessa trilha: “Ghetto Superstar” de Pras Michael com Mya e Ol’ Dirty Bastard:


Enfim, é mais uno daqueles filmes que tem uma premissa excelente, mas fica devendo na hora da execução. É como aquele político jovem, bom orador, que te enche de esperanças, mas depois de eleito non cumpre nada do que prometeu, bello! Ainda bem que no Brasil a gente non tem senador que canta e se veste igual rapper...OH WAIT!




Cotação: 5/10 – cabeças de cavalo – Vale pelos discursos.

Fontes:

www.imdb.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário