O Poderoso Chofer: (2013)"Rota de fuga" - Um filme que os mensaleiros NÃO devem ver

Bambinni, a gente fica vecchio e non vê de tudo. Quando que eu imaginaria ver Sylvester Stallone dando aulas de física e geografia? E Arnold Schwarzenegger rezando o Padre Nostro em alemão? E político sendo preso durante o feriado (opa! Isso non tem a ver com o filme). Pois bem, isso é o que nos reserva esta película, que finalmente coloca os dois brutos atuando juntos ("Mercenários 1 e 2" non contam. Eles quase non aparecem juntos de fato).

Os primeiros 15 minutos de filme são una prova de que se arrumarem uno ator parecido com Richard Dean Anderson é possível, mesmo passados mais de 20 anni do final da série, fazer uno filme do MacGyver, pois o personagem de Stallone neste filme nada mais é que una versão musculosa e vecchia do personagem de "Profissão Perigo".

"Vou cobrar royalties do Stallone!"

Parafraseando o personagem principal de "Obrigado por fumar" , Michael Jordan joga basquete, Charles Manson mata as pessoas e Ray Breslin (Sly) foge das cadeias. Todo mundo tem uno dom. A propósito, quem acompanha o blog sabe que Stallone sempre soube como fugir de una prisão.

"Queria mesmo era ser um puta goleiro"

Geralmente quem tem uno dom o explora comercialmente ("Não me faça fazer de graça a única coisa que sei fazer cobrando"; BECKER, Cacilda). Non é diferente com Ray. Ele se infiltra nas cadeias para tentar fugir delas e una vez fugido, lhes oferece segurança (igual uno mafioso, que vende proteção de si mesmo).

"Foge daí, trouxão!"

A fama como "Houdini" das cadeias é tanta, que ele já escreveu uno livro sob o assunto. Pois bene, qual non é a sua surpresa, depois de ter aceitado uno trabalho para a CIA, que lhe pagaria muito bem, que o lugar onde foi trancafiado, segue justamente o que descreveu em livro!

Para piorar, o diretor do presídio parece non querer saber que Breslin é uno agente infiltrado, pois assim que ele é capturado, uno chip de localização que ele tem no corpo, é retirado e uno código de segurança proferido por Sly é simplesmente ignorado.
Esse diretor, chamado Hobbes (referência a Thomas Hobbes? Que dizia que o monopólio da violência deve ser do Estado?), é interpretado por nada menos do que Jim Caviezel, que no cinema já interpretou o presidiário mais conhecido e amado de todos os tempos e agora, inverte o jogo igual fez Donald Sutherland, que foi preso militar em "Os 12 condenados" e tempos depois faria o mesmo Stallone comer o pane que o diavolo amassou, como diretor de presídio em "Condenação Brutal".

"PORRA, DE NOVO?"

Contudo, as semelhanças entre os dois filmes para por aí, pois se em "Condenação", Stallone era jovem e podia ter o seu corpo levado até o limite da resistência, aqui isso non é mais possível, portanto, o que será testado desta vez será o seu cérebro. (E ACREDITE, DESTA VEZ STALLONE TEM UNO CÉREBRO). Non é todo dia que vemos uno personagem seu dando aulas de física, química e geografia na hora de explicar uno plano de fuga.

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Tão impressionante quanto Sly fazendo uno papel inteligente é Schwarzenegger fazendo o papel de alguém falador e inteligente. O mais próximo que chegou disto foi o Harry Tasker de "True Lies". Em "Rota" ele é Rottmayer, segurança de una espécie de Robin Hood moderno, e que reluta em entregar seu chefe. Mal Breslin chega ao presídio e Rottmayer já o enche de perguntas e tenta fazer amizade com ele, que aceita pois precisa de ajuda para chegar a solitária e então eles brigam. Ecco! Stallone e Schwarzenegger brigam na tela grande! São só 30 segundos, mas para quem esperou a vida toda, é melhor do que nada.

"VOCÊ ME CHAMOU DE #BOCATORTA NO LULU!"

As partes do filme que se passam na solitária são as melhores. São nelas que Stallone usa a dilatação do aço para tentar fugir e Schwarzenegger distrai os guardas com seu incrível Padre Nostro em alemão.
Stallone também recorre a humanidade e ao juramento de Hipócrates feito pelo médico da prisão (Sam Neill) para obter ajuda para fugir. E então somos brindados novamente com a genialidade de Ray Breslin que usa equipamentos do laboratório do doutor para construir uno equipamento que lhe será muito útil (SEM SPOILERS).

"Era melhor eu ter ficado com os dinossauros"

Além de Sam Neill e Jim Caviezel, podemos destacar também a participação de Curtis "50 Cent" Jackson, no papel de uno expert em tecnologia que trabalha na mesma empresa que Breslin. O sócio do Sly lá é interpretado por Vincent D'Onofrio (que será o gordo Feola no nuovo filme sobre o Pelé) e o ex-becão de fazenda (antes de ser ator foi zagueiro do Wimbledon e da Seleção do País de Gales), Vinnie Jones (o Juggernaut de "X-Men 3") faz una participação magistral como o guarda mais próximo do diretor do presídio, chegando a protagonizar a melhor sequência de luta do filme, quando sai na mão com o Stallone.

JEEEEESUS!

"Esse 50 Cent não vale 1 dólar!"

"Cês qué que eu escale o Pelé?"

"Porra Odílio, me contrata aí! Sou mais ágil que o Edu Dracena!"

A propósito, os guardas são uno caso a parte. As máscaras deles é inspirada na dos policiais andróides do filme "THX 1138", o primeiro longa ficcional de George Lucas (há una referência mais direta em otra cena). Otro filme citado em "Escape" é "Papillon" (de forma sutil é verdade).

Se non fosse a conclusão muito forçada e inverossímil (eu sei, é complicado falar de verossimilhança em filme de ação e tal), esse filme teria tudo para ser uno baita filme, ainda que pese a idade dos atores principais e o fato de a película ser mais de suspense do que de ação (as explosões e as brigas estão concentradas no terceiro ato). Ao menos nos serve de consolo o fato de que atores como Schwarza e Sly ainda conseguem nos divertir e que ainda tem gente boa disposta a botá-los para brigar.