quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Robert Redford, Schwarzennegger e grande elenco explicam o BBB

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Todo ano, nessa mesma data una tremenda batalha se acirra nas redes sociais: Admiradores do Big Brother Brasil X Pessoas que repudiam o programa. Nos últimos anos, cansados de serem chamadas de alienados pelos que preferem uno livro a assistir o programa (se pelo menos o livro fosse uno do Mario Puzo em vez de Crepúsculo e essas bobajadas que vocês lêem...) algunos fãs do programa resolveram buscar motivações sociológicas para justificar seu gosto. Afirmam que o programa serve como uno estudo antropológico e que é una oportunidade de estudar o comportamento das pessoas em situação de confinamento e tal. Quando alguém usar esse discurso com você, pergunte se ele já viu alguno desses filmes a seguir. Se sim, dê seus parabéns, pois além de ter bom gosto, a pessoa sabe realmente qual é o propósito de uno programa de TV. Se não, peça para que ela assista e descubra que gente muito mais capacitada que ela já fez una ótima análise de como funciona esse tipo de programa e que ela non precisa fingir que é esperta para poder assisti-lo:

1998 - O Show de Truman - O show da vida (Show de Truman de Peter Weir)


É o mais óbvio que se cita quando relacionam cinema e reality show, o que non quer dizer que seja ruim, muito pelo contrário. Antes dos reality shows se tornarem moda, este filme do Peter Weir já mostrava a comoção que uno tipo de programa assim causaria no público bem como a manipulação por trás de sua produção a fim de manter os níveis de audiência elevados e os espectadores sob controle. É o primeiro papel mais sério de Jim Carrey, que foi escolhido por Weir "por lembrar Charlie Chaplin". Aqui ele interpreta Truman Burbank uno pacato cidadão que non imagina que sua vida é filmada e transmitida para todo o planeta o tempo todo. Ele nunca abandonou a sua cidade natal (cenográfica), pois vive bem ali e tem medo de atravessar o mar (artificial), pois perdeu o pai em uno naufrágio. A farsa começa a ir por água abaixo (sem trocadilhos), quando algunos acontecimentos fazem Truman duvidar da realidade em que vive.



1976 - Rede de Intrigas (Network de Sidney Lumet)


Mais do que uno filme sobre os bastidores da TV esse é uno tratado sobre o cinismo. Uno filme feito para demonstrar que o cinismo vence e faz sucesso. Uno âncora de TV decadente resolve ser sincero demais e denunciar em rede nacional como funciona una emissora de TV. Surpreendentemente a idéia dá certo e a emissora resolve explorar isso comercialmente e tirar proveito da situação. O filme fez tanto sucesso que gerou una série de "cópias" vários anos depois de seu lançamento, não necessariamente relacionadas ao munbdo da TV, como por exemplo, "Bulworth – Politicamente Incorreto", que aplica o mesmo raciocínio só que em una campanha política. Infelizmente o filme é mais conhecido pelo fato de ter perdido o Oscar de 1977 para "Rocky, um lutador" do que pelo seu ótimo roteiro(que ganhou o Oscar da categoria). Também foi a primeira fez que uno ator ganhou uno Oscar póstumo (no caso, Peter Finch. O segundo foi Heath Ledger). Una das suas cópias é o filme a seguir:



2000 – A hora do show (Bamboozled de Spike Lee)


Esse filme de Spike Lee acrescenta duas coisas que não havia no filme de Sidney Lumet: a questão racial, própria dos filmes do Spike Lee, e o modo como foi filmado, quase que inteiramente em formato digital (exceto pelo programa de TV dentro do filme, que aparece em película). Cansado do seu chefe branco racista, que acha que entende mais de negros do que ele, produtor de TV negro resolve ironizar e fazer uno show de TV que explore ao máximo todos os estereótipos dos negros usando artistas negros com a cara pintada de negro. O que era una tentativa de falir a emissora de TV e constranger o seu chefe, acaba se tornando uno programa campeão de audiência e o sucesso sobe a cabeça do produtor que agora investe mais e mais em mostrar una imagem ridícula dos negros na TV. Una crítica mais detalhada desse filme pode ser lida aqui.


1987 – O Sobrevivente (The Runing Man de Paul Michael Glaser, baseado na obra de Stephen King)


Esse filme é mais una variação sobre o tema “homem que caça otros homens para se divertir” (sem subtextos gays, por favor) apresentado em “The most dangerous game” de 1932, com a diferença que aqui a caçada é transmitida ao vivo pela TV e faz parte de una política para distrair as massas e fazê-las esquecerem que são exploradas por uno governo totalitário (os revoltados do facebook devem ter tido orgasmos múltiplos agora). Schwarzenegger faz o papel de uno foragido da justiça, que para ganhar a  liberdade deve vencer uno teste de sobrevivência transmitido em rede nacional. Qualquer semelhança com “Jogos Vorazes” não é mera coincidência, pois o livro é claramente baseado no original do Stephen King (que o elogiou bastante, já que pai nunca acha o filho feio). Una crítica mais detalhada sobre o filme pode ser lida aqui.


1994 – Quiz Show – A verdade dos bastidores (Quiz Show de Robert Reford)


Além de ser uno dos melhores filmes já feitos na história do cinema é uno retrato bastante cruel de como funciona uno programa de TV por dentro. Baseado em fatos reais, mostra como dois produtores (um deles interpretado por Hank Azaria, que faz a voz do Moe, do Apu e de una porrada de gente em “Os Simpsons”) manipulavam uno programa de TV de perguntas e respostas para que uno mesmo participante ficasse semanas e semanas no programa até o momento em que ficasse desinteressante para eles e para o patrocinador e fosse preciso trocá-lo (alguém aí lembrou de “Quem quer ser um milionário”?). É também uno dos raros momentos em que Scorsese aparece em uno filme que NON dirigiu ( e desta vez em uno papel relevante, como patrocinador, e non em rápidas aparições como em “Taxi Driver” e “O Rei da Comédia”). Vale destacar também as ótimas atuações de John Tuturro e Ralph “Valdemort” Fiennes. Teve o azar de concorrer com "Forrest Gump" em quase todos os prêmios Oscar em que foi indicado (Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. Paul Scofield ainda perdeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Martin Landau por "Ed Wood"). Uma reflexão mais detalhada sobre o filme e, especificamente, sobre o BBB, pode ser lida aqui.  


Enfim, quando começar a discussão sobre BBB, saque esse post aqui e seja feliz (e veja os filmes, per favore).

Bônus:

Qu4troCoisas sobre Reality Shows:



Fontes:

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