“Nossa que
aproveitador! Mal aconteceu a chacina com a família do menino e você
já tá postando a respeito”. Amicci, non puedo resistire.
Toda vez que alguém fala sobre a influência dos games na cabeça
dos bambinni, me vem a mente esse filme tosco, que reprisava
até dizer chega na TV Bandeirantes nos anni 90, tendo
passado várias vezes no “Cine Trash” apresentado
por Zé do Caixão. Da mesma forma que uno bambinno non
se torna criminoso por jogar tantos jogos violentos, uno ragazzo
non se torna diretor só por ver muitos filmes, ainda mais se
forem filmes tão fuleiros quanto esse.
Videodrome + A Hora do Pesadelo = Brainscan
Além de ser uno
dos filmes mais reprisados do canal 13, otro mérito de
“Brainscan” (que no Brasil ganhou o subtítulo de “Jogo
mortal”) é ser uno dos poccos filmes com Edward
Furlong que a gente se lembra. Depois de sua estreia em “O Exterminador do Futuro 2”, o bambinno fez vários
filmes nos anni 90. Fora o filme que vamos analisar, Edward
estrelou “Pet Sematary 2”,“A outra história americana” em que era irmão de um Edward Norton
nazista, “Fábrica de animais” de Steve “gênio”
Buscemi, “O Corvo - Vingança Maldita” e “Detroit Rock
City” (Um “Se beber, não case”, com o
Kiss no lugar do Mike Tyson). Depois do ostracismo no
qual mergulhou na década seguinte, Furlong ainda faria uma
participação em “O Besouro Verde”.
John Connor já era! |
Fora Edward, otro
famoso que faz parte do elenco desta porquería é Frank
Langella , que fez o papel de Drácula em uno filme
de 1979 que o SBT reprisou até dizer chega nos anni
80. Langella também ficou célebre por encarnar o Esqueleto,
arqui-inimigo do He-Man, na pérola trash “Mestres do Universo” (que uno dia será analisada qui).
Percebam vocês que Frank se especializou em fazer papéis de
monstro. Não à toa, ele fez o papel de Richard Nixon em
“Frost/Nixon”.
I'm not a crook! |
Tirando esses dois, o
elenco é de ilustres desconhecidos. T. Ryder Smith, que
interpreta o personagem principal do game nesse filme, só
teve esse papel como relevante no cinema. O mesmo pode se dizer de
Amy Hargreaves, que interpreta Kimberly, a ragazza
que faz o interesse romântico de Furlong no filme, embora
recentemente ela tenha feito “Conduta de risco” com
George Clooney e “Shame” com Michael
Fassbender.
Otro que merece
destaque neste filme é o diretor, já falecido, John Flynn,
que no gênero ação dirigiu obras primas como “A outra face
da violência”(Rolling Thunder) com Tommy Lee Jones,
“Fúria Mortal” (Out for justice) com Steven
Seagal e o excelente “Condenação Brutal”(Lock Up)
com Sylvester Stallone. Infelizmente ele non repete a
genialidade neste filme de terror.
Tá olhando o quê, porra! |
A trama é a seguinte:
O Furlong é Michael, uno bambinno que vive uma vida
desinteressante, cujas únicas diversões são comandar uno
cineclube de terror em seu colégio e espionar sua vizinha. Por
influência de uno amicco, ele resolve experimentar uno
jogo para PC chamado “Brainscan”, que é anunciado como
“uma experiência única e diferente de tudo que você já viu”.
O tal jogo é estrelado por uno personagem chamado “Trickster”
(T. Ryder Smith, tentando ser tão sarcástico quanto o
Freddy Krueger de Robert Englund na série “A Hora do Pesadelo”) e tem uno efeito hipnótico sobre
quem o joga. O jogador entra em uno estado de transe e é
levado a cometer assassinatos orientados pelo Trickster. Para quem
joga tudo foi ilusão, mas no dia seguinte, vem a revelação de que
os crimes são reais.
Ao saber que cometera
uno assassinato (e que guardara o pé da vítima na
geladeira), Michael tenta se livrar do jogo, mas eis que Trickster se
materializa para ele e o convence a jogar mais una vez, pois
ele deixou una testemunha viva. A partir desse momento o jovem
entra em uno círculo vicioso, pois todo crime que ele pratica
tem una testemunha que ele é obrigado a eliminar, sendo
obrigado a matar seu amicco e a bambinna que tanto ama.
Para piorar, toda vez
que ocorre uno assassinato na vizinhança, o bambinno
vai lá conferir e sempre é surpreendido na cena do crime pelo
detetive interpretado por Langella. E o velho ditado “o
assassino sempre volta ao local do crime” se faz cumprir aqui,
atraindo a atenção do investigador para o jovem ragazzo que
acaba ganhando mais uno problema para sua vida.
A princípio, a trama
non é das piores. Filmes de terror com personagem que são
dominados por seres estranhos já rendeu filmes bacanas como “Basket Case” e “Brain Damage”, fora o fato de
que o filme é quase una versão adolescente de “Videodrome”
de David Cronnemberg, com toques de Hellraiser. Ele
lembra bastante também os “Contos da Crypta”, que
também ficaram famosos na TV brasileira graças a Band (saudades de
uma época em que os monstros do canal 13 non falavam “Falarr
a verrdade prucê eu já joguei no Curíntia...”).
Se cagou todo, baitola? |
O problema de
“Brainscan” é que, assim como otros filmes da
época que tinham a realidade virtual como tema, é uno filme
datado demais. O que non impede que, a seu modo, seja uno
filme visionário, pois nos anni 90 já mostrava una
versão do Skype acionada por comando de voz.
O ragazzo ligava para o amicco dele pelo computador, capisce? |
Além do mais, o final
do filme é bastante anti-clímax. (SPOILER, se é que você
non viu esse filme antes) O final apela para a
vecchia fórmula do “foi tudo um sonho”,
como o ragazzo acordando bem na hora que está
rolando uma festa na casa de sua vizinha. Seu amicco
está vivo e sua paixonite está no andar de cima conversando com
otro ragazzo. Eu esperava que o Edward fosse lá
em cima e brigasse com o cidadão, mas não. Ele pede para ficar com
a bambinna, que recusa, mas non
de una forma definitiva. Ele tem a confirmação
de que assim como ele a espionava pela janela do quarto e tirava
fotos dela, ela fazia a mesma cosa (isso lhe foi
revelado no tal “sonho”) e tudo acaba bem,
com o bambinno presenteando o seu professor com
o jogo. Para mim, o filme deveria encerrar com o Furlong discutindo
na festa, matando alguém e se arrependendo logo depois, o que faria
o Trickster se materializar e dizer algo do tipo “Eu não
disse que você é um assassino?”, mostrando que o
personagem REALMENTE ficou influenciado pelo
jogo. Esse sim seria uno final digno de “Contos
da Crypta”. Em todo o caso, o filme tenta nos confundir
ao mostrar durante os créditos, uno cachorro
carregando uno pé entre os dentes, dando a
entender que os assassinatos non foram
totalmente falsos, mas non me convenceu.(FIM
DO SPOILER).
Enfim, em uma época em
que AINDA se discute a influência dos games sobre as crianças
e os adolescentes, é de surpreender o fato de non se fazerem
mais filmes como “Brainscan”, embora haja uno filme
mais recente chamado “Stay Alive – Jogo Mortal”
(Ecco, o mesmo subtítulo), que tem una proposta
bastante parecida, com o requinte de o tal jogo se passar em otra
época (Assim como “Assassins Creed”). É bom mesmo
que non façam, primeiro porque eu acho que non se
fazem mais filmes bons de terror hoje em dia. E segundo porque é
capaz de a polizía acreditar que alguém cometeu um
assassinato influenciado por estes filmes.
O filme está inteiro no You Tube (DUBLADO)
Corta pra mim, corta pra mim! |
Cotação
6/10 cabeças de
cavalo – Melhor que ver o Datena reclamar que foi
“furado” pelo Marcelo Resende.
Fontes:
Não se fazem filmes bons de terror como antigamente? Você já viu O Nevoeiro (de Fank Darabont)?
ResponderExcluirDe qualquer forma, também prefiro seu final para o Brainscan!
Ainda non vi. E a frase foi só pra sacanear, tem coisa boa sendo feita sim, é só vasculhar.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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